Leiria suspende utilização de fitofarmacêuticos com glifosato
A Câmara Municipal de Leiria decidiu suspender a utilização de fitofarmacêuticos que contenham glifosato, tendo iniciado os procedimentos para aquisição de outro tipo de produtos que não contenham este princípio ativo.
Apesar de a Comunidade Europeia ter, no passado dia 30 de junho, prorrogado a autorização de utilização deste tipo de produtos até dezembro de 2017, o Município de Leiria tomou esta decisão tendo em conta a preocupação que este assunto tem vindo a causar junto da população.
Esta medida aplica-se a todo o território municipal, incluindo naturalmente as freguesias, sendo que, no caso do Município de Leiria, o glifosato foi utilizado apenas em quantidades reduzidas na remoção de ervas daninhas em alguns espaços.
A este propósito, o Município está empenhado na execução de um plano que vise a utilização de produtos e métodos alternativos, ao invés da utilização de herbicidas.
Neste momento o controlo de infestantes no espaço público faz-se com recursos a vários procedimentos, nomeadamente métodos de abafamento nos espaços ajardinados, que consistem na utilização de tela anti-infestantes com cobertura de casca de pinheiro, estilha ou inertes, que através do ensombramento e da protecção contra sementes, evitam o aparecimento de infestantes.
São também utilizados métodos mecânicos, para controlo de infestantes através de cortes. É de realçar que este método alimenta o processo de compostagem municipal, que permitem ainda aproveitar outras fontes de matéria orgânica como resíduos verdes dos jardins públicos, que produz anualmente varias centenas de toneladas de composto.
O recurso a métodos químicos segue o estipulado na nova lei sobre o uso de pesticidas em Portugal (Lei nº26/2013, de 11 de abril, que transpõe a Diretiva 2009/128/CE) que contempla a aplicação destes produtos em espaço urbano quando não existam outras alternativas viáveis, nomeadamente meios de combate mecânicos e biológicos.