ReBelDes - a exposição-roteiro que homenageia os artistas leirienses Sérgio Luiz e Güy Manuel
Rebeldes é a exposição-roteiro que, a partir de dia 18, terça-feira - entre o Museu de Leiria e o Arquivo Distrital de Leiria, incluindo as ruas da cidade que ligam estes dois espaços -, vai prestar homenagem aos ilustradores leirienses Sérgio Luiz (1921-1943) e Güy Manuel (1923-1943).
Promovida pela Câmara Municipal de Leiria, em parceria com o Arquivo Distrital de Leiria, é inaugurada esta terça-feira, no Museu de Leiria, pelas 18 horas, a exposição de Banda Desenhada e ilustração, ReBeldes, que destaca a obra gráfica dos artistas leirienses Sérgio Luiz e Güy Manuel e que vai estar patente ao público entre abril de 2017 e abril de 2018.
Com a exposição ReBelDes pretende-se dar projeção a estes dois irmãos e artistas leirienses, precocemente desaparecidos, cuja obra se tem mantido maioritariamente no resguardo dos arquivos e memórias familiares.
Uma seleção dos seus trabalhos, alguns publicados em revistas juvenis de banda desenhada, mas muitos inéditos, é agora tornada visível, numa exposição que se distribui entre o Museu de Leiria e o Arquivo Distrital de Leiria. Nestes locais podemos conhecer os desenhos, escritos e objetos originais que constituem o legado dos irmãos Fernandes e que se encontram à guarda de cada uma destas instituições.
Com esta exposição pretende-se também “inundar” de cor a cidade e as suas ruas e praças, preenchidas pela imaginação vibrante de Sérgio e pelo desenho apurado de Güy.
As aventuras de Sérgio e Güy chegam ao seu espaço natural – é a rebeldia da juventude que toma as ruas de Leiria.
Roteiro - Rua
1 – Museu de Leiria – Convento de Santo Agostinho
2- Antigo Seminário de Leiria
3- Jardim Amélia Pais
4- Escadas para antigo Liceu Rodrigues Lobo
5 - Ponte D´El Rei D. Dinis
6 – Fonte das Três Bicas
7 - Fonte Luminosa
8 – Praça Rodrigues Lobo
9 – Arquivo Distrital de Leiria
10 – Jardim Luís de Camões
11 – Cais da Rua do Lis
12 - Passagem inferior da Ponte Afonso Zúquete
13 – Muro da margem direita do Rio Lis
14 – Jardim José Hermano Saraiva
15 – Passagem inferior Ponte Hintze Ribeiro
15 – Açude de Santo Agostinho
15 – Antiga EDP
Notas biográficas
Güy Manuel Henriques de Almeida Fernandes (Leiria, 24.03.1923 – Lisboa, 05.08.1943), filho do artista leiriense Luís Fernandes e de Ernestina Rola Henriques, viveu em Leiria até 1939.
Teve acesso a livros, materiais, e ensinamentos que estimularam a sua criatividade e técnica de desenho. Assíduo praticante de desporto, frequentou o Liceu Rodrigues Lobo.
Aos 15 anos iniciou-se como colaborador na revista juvenil O Papagaio, dirigida por Adolfo Simões Müller, com as Aventuras de Gonçalo, o menino Fugido.
Já em Lisboa, intensificou a colaboração com as mais significativas publicações para jovens da época. Iniciou a ilustração da obra de Henrique Galvão A Caça no Império Português.
Frequentou o curso de arquitetura, na Faculdade de Belas Artes. Foi um desenhador natural e talentoso, bom retratista, e virtuoso do ponto de vista plástico, expressando-se num estilo surpreendentemente maduro e elegante.
Faleceu com escassos 20 anos.
Sérgio Luiz Henriques de Almeida Fernandes (Praia da Granja, Espinho, 30.09.1921 – Lisboa, 24.01.1943), filho do artista leiriense Luís Fernandes, e de Ernestina Rola Henriques, viveu em Leiria entre 1923 e 1939.
Cresceu num ambiente propiciador de experiências culturais e artísticas, ricas e variadas, que o levaram a desenvolver interesses como a linguística, a música e o xadrez. Frequentou o Liceu Rodrigues Lobo.
Por motivos de saúde, mudou-se com a família para Lisboa em 1939. Publicou na revista O Papagaio as aventuras do Boneco Rebelde, quase seu alter-ego na vivacidade do espírito e insubmissa inteligência. O Boneco Rebelde protagonizará uma das primeiras animações portuguesas, produzida de forma caseira com uma máquina fotográfica adaptada.
Colaborou em várias revistas juvenis, ilustrando e escrevendo histórias, para além de elaborar construções de armar e esquemas de brinquedos.
Os seus desenhos e invenções revelam um espírito livre, fantasioso e criativo, que transcende uma realidade limitada pela doença, que o vitimou com apenas 21 anos.