m|i|mo recebe “conspiração dos espelhos” de Luísa Alpalhão
O m|i|mo – museu da imagem em movimento - acolhe, de 5 de Setembro a 15 de outubro, a primeira mostra de uma seleção de fotografias do projeto “conspiração dos espelhos”, de Luísa Alpalhão.
“Conspiração dos espelhos” chega a Leiria, após ter estado patente em Cascais em 2016, com o intuito de partilhar com os visitantes uma visão original do Japão, mostrando uma variedade de paisagens e contextos dentro e fora dos ubíquos espelhos convexos. Cada fotografia contém duas narrativas paralelas sobre o complexo país e seus habitantes.
Nesta exposição, algumas das legendas relatam pormenores sobre o contexto em que as fotografias foram tiradas, a época do ano e personagens presentes nas imagens.
“Conspiração dos espelhos”, ou “mirror conspiracy”, é um percurso contínuo e não o registo de uma viagem com princípio e fim, sendo que múltiplas interpretações poderão ser feitas segundo o olhar daqueles que, dentro de cada espelho, reveem alguns dos percursos que eles próprios poderão percorrer.
Luísa Alpalhão
Viveu parte da sua infância em Macau. Entre os vários destinos Asiáticos visitados nesse período, o Japão foi o país que mais a marcou vindo gradualmente a desenvolver uma curiosidade e fascínio pelo Dai Nippon, o país do sol nascente.
Formada em Arquitetura, em Londres, o seu percurso redefine a fronteira entre arquitetura e arte com enfoque no envolvimento da população no pensar, conceção e construção de espaços urbanos partilhados. Em 2010 percorre, sozinha, o Norte do Japão a pé e de comboio.
Procura no ato de caminhar sem destino específico em paisagens urbanas, ser surpreendida pelo desconhecido, pelo mundano que, captado através da lente da máquina de um estrangeiro revela uma beleza oculta, quase que mística, de um país carregado de contrastes. Ao caminhar confronta-se com a presença ubíqua de espelhos convexos de trânsito que retratam o paralelismo díspar das paisagens contidas dentro e fora dos mesmos. Assim começa a documentar a sua passagem pelos vários destinos do seu itinerário tornando-se, através da lente da sua máquina fotográfica, na narradora do que viria a ser a “conspiração dos espelhos”.
Se de início os peculiares autorretratos surgiram como uma forma meramente intuitiva de registar o seu percurso, rapidamente se tornaram numa documentação metódica adotada em todas as subsequentes viagens nos últimos cinco anos.