CDIL recebeu 4678 visitantes em menos de três meses
Inaugurado a 26 de julho deste ano, o Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (CDIL) já recebeu 4678 visitantes (dados contabilizados até 15 de outubro de 2017).
As visitas ao Centro de Diálogo Intermunicipal, que engloba a Igreja da Misericórdia e a Casa dos Pintores, têm aumentado significativamente deste a data da sua inauguração. O CDIL desperta não só o interesse dos leirienses por um espaço cuja história promove o encontro entre as culturas cristã, judaica e muçulmana, mas também visitantes oriundos de outras regiões do país, bem como estrangeiros.
As visitas têm lugar de segunda a sexta-feira, das 09:30 às 12:30 e das 14:00 às 17:30. Aos sábados, domingos e feriados as visitas realizam-se entre as 14:00 e as 17:30.
O Centro de Diálogo Intercultural
Construída em 1544 sobre a sinagoga da comunidade judaica de Leiria que ali existia antes, a Igreja da Misericórdia constitui um dos 12 projetos âncora, entre os 25 que integram o projeto das Rotas Sefarad, considerado "vital" para o sucesso da Rede de Judiarias de Portugal.
Com um objetivo cultural, ecuménico e turístico, o Centro de Diálogo Intercultural pretende interpretar a presença, ao longo dos séculos, de três importantes religiões em Leiria.
O espaço valoriza a coexistência do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, que se tornaram uma marca de desenvolvimento e de multicuralismo da região até hoje, graças ao acolhimento e contributo cultural e económico de várias comunidades migrantes.
A Rede de Judiarias de Portugal candidatou as Rotas Sefarad ao programa EE A Grants, que conta com uma forte participação da Noruega, mas também da Islândia e do Lichenstein.
O projeto centra-se ainda nas memórias multiculturais de Leiria, como é o caso do poeta, cristão-novo, Francisco Rodrigues Lobo, ou do Padre Joaquim Carreira, que salvou dezenas de pessoas de origem hebraica durante a 2.ª Guerra Mundial.
Constituídas com o objetivo de valorizar a identidade judaica portuguesa no diálogo intercultural, as Rotas de Sefarad integram, no caso de Leiria, a perspetiva da confluência de culturas com a revitalização das memórias judaica e cristã.
A recriação da tipografia da família Orta, onde foi impressa pela primeira vez em Portugal uma obra de caráter científico, o "Almanach Perpetuum", ou tabelas astronómicas, de Abraão Zacuto, assim como a memória da própria Santa Casa da Misericórdia, complementam o projeto que se estende até à Casa dos Pintores.