Breve historial
O Moinho do Papel situa-se num dos pontos tradicionais de entrada e saída na cidade de Leiria, na Rua Fábrica do Papel, nº 13.
Este edifício está localizado entre a Ponte dos Caniços e a antiga ponte Nova, onde se materializava num conjunto de moinhos, lagares e pisões que ali existiam.
O Moinho ficou assim conhecido, por ter sido o primeiro edifício onde funcionou a primeira fábrica de papel conhecida em território nacional e provavelmente em todo o território Ibérico.
Leiria terá sido o primeiro sítio do país a fabricar papel e uma das primeiras regiões portuguesas onde a arte de imprimir (tipografia) se implantou.
Inicialmente, este edifício terá sido um local onde se fazia a moagem de cereais e só em 1411 é concedido, por El Rei D. João I, o alvará ao Gonçalo Lourenço de Gomilde a possibilidade de fabricar papel, surgindo a primeira indústria de fabrico do papel introduzida em Portugal, permanecendo a única até ao séc. XV e parte do séc. XVI.
Para além de produzir papel, fabricava ferro, serrava madeira e também pisava burel.
Mais tarde volta a funcionar como moagem de cereais (milho, trigo e descasque de arroz).
Na segunda metade do séc. XIX, o Sr. António Caseiro, pai de Emília Caseiro, terá adquirido este espaço que se manteve na posse da família até 1999 – data em que a Autarquia adquiriu o edificado.
No séc. XX aliou-se a esta actividade a produção do azeite com a introdução no espaço de um lagar de prensa tradicional, que antes serviria para a secagem do papel.
Este edifício teve um grande peso na economia medieval e moderna, aproveitando a energia hidráulica para o fabrico do papel e para a farinação.
A recuperação e activação deste edifício com base no projecto prévio apresentado pelo gabinete do Sr. Arquitecto Siza Vieira, permite preservar momentos relacionados com a arqueologia industrial, bem como recuperar técnicas e métodos tradicionais utilizados no decorrer destes processos através de actividades de carácter didáctico-cultural.