Caracterização socioeconómica
Apesar das mudanças operadas no Centro Histórico a partir da segunda metade do séc. XX, esta zona continua a ser a “alma” da cidade.
É aqui que estão os seus principais elementos identitários, é um local de excelência para o encontro social e para as atividades lúdicas, tanto espontâneas como planeadas.
Esta dinâmica social, mais acentuada em determinados espaços, fruto de investimentos públicos e privados nas últimas décadas e de maior sensibilidade populacional para questões histórico-patrimoniais, é transversal a todas as faixas etárias e classes sociais.
Apesar dos problemas existentes, tem-se assistido a alterações que evidenciam que o Centro Histórico não pertence só ao passado, continua a readaptar-se à nova realidade económica, social e cultural.
Na dimensão socioeconómica constata-se que há indicadores positivos, que revelam uma certa dicotomia em termos etários e habilitacionais, quer seja ao nível da população residente, da população que ali trabalha ou da que simplesmente utiliza este local para fins culturais e de lazer.
De facto, à população residente envelhecida junta-se um número significativo de jovens que escolheu este local para viver. Esta realidade mantém-se no setor económico, sendo representativa a percentagem de jovens comerciantes com habilitações superiores.
Os investimentos feitos nesta zona da cidade devem-se ao reconhecimento de uma identidade própria, potenciadora de mais-valias para o sucesso da sua atividade.
O Estudo Sociodemográfico de 2006 permitiu conhecer melhor os moradores e transeuntes, estimando que a sua população se situe nos 890 habitantes.
O levantamento funcional do centro histórico da cidade de Leiria, elaborado em 2012, revelou que na zona mais central, correspondente aproximadamente ao Largo das Forças Armadas/ Praça Goa Damão e Diu e Praça Rodrigues Lobo, detentora de maior dinamismo económico e social, as lojas/estabelecimentos têm uma imagem forte e cuidada.
Na zona correspondente ao eixo do Largo Cândido dos Reis / Rua Barão de Viamonte e às transversais que fazem a ligação deste com a Praça Rodrigues Lobo, o comércio, sobretudo o mais antigo, crucial para a identidade do comércio de rua, apresenta uma imagem mais desqualificada, com muitos espaços devolutos.
A contrariar esta tendência há iniciativas de jovens empresários que abrem espaços comerciais alternativos, sendo também de salientar um certo dinamismo nos estabelecimentos de restauração e bebidas.
Ao nível da utilização dos pisos superiores, na zona comercial, a maior parte é habitação, embora prevaleçam os espaços devolutos, sendo reduzido o número de comércios e serviços.
Entre abril e setembro de 2012, em termos de dinâmica económica, medida através dos estabelecimentos que abriram e fecharam no rés-do-chão, constatou-se que a situação é de equilíbrio porque o número de espaços que fechou é próximo do número de espaços que abriu.
- 1- Caraterização da ARU - Edificado e População, 2013
- 1.1 - Breve caraterização física
- 1.2 - Breve caraterização socioeconómica
- 2 - Levantamento Funcional do Centro Histórico - nível zero - setembro de 2012
- 3 - Levantamento funcional do Centro Histórico - pisos superiores - novembro de 2012
- 4 - Estudo do Comércio, 2009
- 5 - As pessoas e o Centro Histórico, 2008
- 6 - Estudo Sociodemográfico, 2006