Dia aberto no Abrigo do Lagar Velho - Lapedo
O Município de Leiria e o Laboratório de Arqueociências da Direção Geral do Património Cultural promovem, dia 11 de agosto, um Dia aberto no Abrigo do Lagar Velho, no Lapedo, com o tema “Encontro com o Passado”, entre as 11:00 e as 13:00 e das 15:00 às 18:00.
Durante milhares de anos, o Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, foi procurado por grupos humanos que viviam da caça e da recoleção de alimentos selvagens para se abrigarem e tratarem as carcaças dos animais abatidos nas proximidades.
O fabrico de utensílios em pedra facilitava as tarefas de corte, raspagem e perfuração dos produtos resultantes desta atividade.
O fogo, sempre presente, era um elemento fundamental, garantindo aquecimento e proteção aos grupos paleolíticos. O rio facilitava o desenvolvimento das atividades do quotidiano. Este encontro com o passado será contado no dia aberto no Abrigo do Lagar Velho.
As inscrições, gratuitas, podem ser feitas através do e-mail umdianolagarvelho@gmail.com. Esta iniciativa conta com o apoio da União de Freguesias de Santa Eufémia e Boa Vista.
O Vale do Lapedo, situado em Santa Eufémia, a cerca de 13 quilómetros de Leiria, é um local de grande interesse natural e cultural, localizado numa região predominantemente rural.
Em 1998 foi descoberto o “Menino do Lapedo”. O achado datado de cerca de 29.000 anos corresponde a uma criança, que permite documentar um tipo de mosaico resultante de uma miscigenação entre o Homem Moderno e o Homem de Neandertal.
Neste vale foi construído o Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho, que dá a conhecer aos visitantes os resultados da investigação realizada no sítio arqueológico do Abrigo do Lagar Velho e a sua contextualização na história da evolução humana.
As características naturais desta área facilitaram a preservação da paisagem, pouco humanizada, até aos nossos dias. No interior do estreito vale, com cerca 1,5 quilómetros de extensão, existem apenas três casas associadas a antigas estruturas moageiras - moinhos de cereais e lagares.
A paisagem evidencia-se pelas magníficas características naturais, destacando-se o vale em forma de “canhão” que rasga o maciço calcário, um dos maiores e mais interessantes de Portugal, erodido ao longo de centenas de milhares de anos pela ribeira do Sirol.
As características singulares deste género de formação geomorfológica propiciam a preservação da flora e fauna autóctone. No caso do Lapedo podemos observar alguns exemplares da comunidade biológica peninsular mais antiga - mata mediterrânica, destacando-se algumas espécies típicas como o Carvalho Cerquinho (Quercus-fagínea) e o Medronheiro (Arbutus unedo).
Em 1993 o Município de Leiria, em colaboração com associações ambientalistas da região, propôs a classificação do Vale do Lapedo pelas suas qualidades ambientais.