Município de Leiria aprova plano de adaptação às alterações climáticas
A Assembleia Municipal de Leiria aprovou esta sexta-feira, dia 28 de setembro, o plano concelhio de adaptação às alterações climáticas, passando a ser a segunda Câmara do país com um documento de natureza científica que identifica riscos e aponta medidas de ação para minorar os impactos dos fenómenos climatéricos extremos resultantes do aquecimento global.
O Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Leiria (PMAAC-L), que ainda será submetido à Assembleia Municipal de Leiria, foi desenhado tendo por base o conhecimento climático do concelho, nomeadamente da sua diversidade climática, a análise das vulnerabilidades atuais e futuras, a análise da vulnerabilidade territorial e a identificação dos territórios vulneráveis prioritários, de que resulta a definição de medidas de adaptação tanto de nível geral, setorial e territorial, como de carácter específico para os territórios vulneráveis prioritários.
O PMAAC-L identifica as principais ameaças que o nosso concelho enfrenta, como o aumento da média da temperatura do ar, a diminuição do nível de precipitação, em especial no Outono, Primavera e Verão com fenómenos extremos associados, e ainda secas mais frequentes e severas e subida do nível do mar.
Neste documento (abaixo) foi desenvolvida uma visão adaptativa do concelho às alterações climáticas, foram definidos objetivos estratégicos e identificadas vulnerabilidades climáticas prioritárias.
Participaram no processo os vários setores/parceiros do desenvolvimento local através da realização de workshops para disseminação de informação e recolha de contributos.
A partir da identificação e priorização das atuais vulnerabilidades e riscos climáticos e da sua projeção até ao final do século para o território concelhio, o município de Leiria dispõe assim de um conjunto integrado de opções para responder ao clima futuro.
No concelho de Leiria estão identificados oito territórios vulneráveis, para os quais foram delineadas 22 medidas de ação, 103 linhas de intervenção e 54 ações prioritárias, que o Município pretende passar para a prática, através de duas linhas de atuação – a mitigação e a adaptação. Refira-se que a mitigação é o processo que visa reduzir a emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera, enquanto a adaptação é um processo que procura minimizar os efeitos negativos dos impactes das alterações climáticas nos sistemas biofísicos e socioeconómicos e potenciar os efeitos positivos.
Atualmente, as alterações climáticas são identificadas como uma das maiores ameaças ambientais, sociais e económicas que o planeta e a humanidade enfrentam.
A comunidade científica defende que Portugal se encontra entre os países europeus com maior vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas.