Município autoriza projeto para proteger e valorizar Igreja de N. Sra. da Pena
O Município de Leiria aprovou esta terça-feira, em reunião de Câmara, o projeto de execução de cobertura da Igreja de N. Sra. da Pena, no castelo de Leiria, uma medida com o objetivo de proteger e valorizar este templo que se encontra em elevado estado de degradação.
Com a intervenção, cujo projeto foi aprovado pela Direção Geral do Património e Cultura e com candidatura ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano no âmbito do CENTRO 2020, pretende-se inverter o estado de degradação e, consequentemente, devolver à igreja a dignidade que lhe é inerente, tal como condições mínimas de funcionalidade.
Esta intervenção enquadra-se numa preocupação do Município em relação ao património cultural da cidade de Leiria, nomeadamente em investimentos na sua conservação, proteção, promoção e desenvolvimento, com o objetivo de contribuir para o apoio à expansão, remodelação, reabilitação, requalificação ou construção de infraestruturas culturais.
Esta intervenção faz parte de um conjunto de procedimentos com a finalidade de promover a reabilitação, requalificação, restauro e conservação do Castelo de Leiria, com vista à sua valorização cultural, para que este ex-libris da cidade possa ser adaptado para valências culturais, potenciando o papel do monumento como equipamento cultural e turístico de excelência da cidade.
O Município pretende ainda aumentar a atratividade de Leiria e a sua dinamização económica, tornando-a num destino turístico de excelência, com vista à diminuição de assimetrias e ao reforço da coesão territorial, por via da resolução de fragilidades ao nível dos riscos de degradação do património classificado, herança de importância assinalável em termos nacionais e internacionais, e com forte caráter identitário, bem como a sua salvaguarda e promoção.
A cobertura será construída em vidro, sendo ainda utilizados materiais como a madeira e o ferro, numa intervenção que tem ainda como objetivo assegurar e fazer prevalecer a atual imagem e volumetria do edifício, não apenas na relação que mantém com as restantes estruturas edificadas na sua envolvente, mas também daquela que resulta da relação com os utentes do espaço e da perceção que estes têm do mesmo.
Pretende-se ainda assegurar a autenticidade e a história do monumento, fazendo com que a intervenção constitua mais uma adição contemporânea no percurso diacrónico da sua evolução, sem pôr em causa nem desfazer as intervenções anteriores que, tal como esta, também se evidenciam como registos materiais construtores da identidade do edifício.
O projeto vai ainda assegurar que a cobertura se identifique como uma peça com leitura autónoma, diferenciada da estrutura existente, manifestando-se como um corpo pousado sobre o existente, sem comprometer a atual fisionomia do mesmo.
A intervenção, que envolve um investimento estimado em 887.224,91 euros, a que acresce IVA, permitirá ainda evidenciar os dois momentos construtivos mais evidentes no evoluir da atual forma e geometria da igreja, que se prendem com a nave gótica (identificada pela pedra aparelhada) e a possível ampliação do corpo da igreja, que teria constituído um coro alto, provavelmente com acessos reservados por ambos os lados e em ligação com o edifício do Paço.