Dados dos sensores instalados nas ilhas urbanas vão ser tratados cientificamente pelo Politécnico de Leiria
O Município e o Politécnico de Leiria assinaram esta terça-feira um memorando de entendimento que vai permitir a esta instituição de ensino o tratamento científico dos dados obtidos nos sensores instalados nas ilhas urbanas em Leiria.
A realização de trabalhos técnicos com forte componente prática, dissertações de mestrado a estudantes de segundo ciclo e de trabalhos de doutoramento relacionados com a caracterização e a análise de dados de cariz ambiental, de ruído e de tráfego urbano, pedonal e motorizado, bem como na construção de propostas de mitigação e de melhoria das condições observadas na cidade de Leiria através da rede de sensores instalada nas ilhas urbanas da cidade, são alguns dos objetivos deste memorando.
Está igualmente proposta a promoção de ações conjuntas de divulgação sobre temas de interesse para técnicos, comunidade académica, científica e munícipes em geral que se relacionem com o ambiente e a interpretação de dados ambientais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o aproveitamento do espaço público, tal como a criação de documentos, ferramentas, projetos e outros trabalhos de parceria para reforçar e aproximar o trabalho académico/técnico das necessidades do Município de Leiria no âmbito do presente memorando.
A assinatura deste documento surge enquadrada num quadro de regular colaboração entre estas duas entidades, de que poderão resultar projetos, programas ou outras atividades nos domínios técnicos, científicos e pedagógicos.
Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, destacou a importância do acordo estabelecido com o Politécnico, que considerou um parceiro privilegiado na construção de uma cidade inteligente, uma área em que a sensorização é decisiva para fornecer informação de apoio à tomada de decisão na gestão pública, acrescentando que o Município vai igualmente proceder à instalação de sensores nomeadamente para deteção de situações de cheia e também nas redes de drenagem.
Por seu turno, o presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, enalteceu o investimento do Município nas novas tecnologias pelo contributo para a melhoria do ambiente, qualidade de vida e mobilidade na cidade.
Carlos Rabadão destacou ainda a importância de disponibilizar informação sobre a qualidade ambiental aos cidadãos, acrescentando que, com a grande quantidade de dados que o sistema disponibiliza, o IPL poderá, através do tratamento da informação, contribuir para ajudar a melhorar a qualidade de vida na cidade de Leiria.
Dados sobre qualidade do ar, ruído e tráfego na cidade
passam a estar online
A assinatura do memorando ocorre no dia em que foi disponibilizado a página online onde os munícipes poderão ter acesso a dados, em tempo real, sobre a qualidade do ar que respiram na cidade de Leiria, através de informação apresentada num modelo de cinco cores, correspondentes a cinco patamares de qualidade.
Disponível no site do Município, no endereço https://bit.ly/3n74IjK , a página disponibiliza ainda informação sobre a temperatura, humidade, ruído e tráfego.
Os dados são obtidos através de candeeiros dotados de sensores que avaliam a concentração de poluentes atmosféricos (CO, N02, O3, SO2, VOC, PM1, PM10 e PM2.5), mede a temperatura e humidade, direção e velocidade do vento, ruído ambiente e faz análise de tráfego urbano, informação que assume enorme importância para o desenvolvimento de estratégias para construção de um território mais sustentável e com melhor qualidade de vida para a população, sendo esta a componente com maior peso no total do investimento.
Os candeeiros estão ainda equipados com um sistema de iluminação autossustentável que produz energia através do vento e do sol, contendo uma bateria embutida, que permitirá uma redução de energia na ordem dos 84% comparando com as atuais luminárias existentes, tendo capacidade para gerar 2,14 MWh/ano e uma redução de emissões de CO2 de 0,39 toneladas/ano.
A regulação da luminosidade será ajustada de forma a aumentar a segurança rodoviária, de condutores e peões, dado que os sensores detetam o movimento na sua envolvente e permitem o ajuste e adequação da luminosidade em função da hora e condições meteorológicas.