Júri já escolheu vencedor do concurso de ideias para conceção de projeto de arquitetura da Central de Mobilidade de Leiria

A proposta vencedora do concurso de conceção do projeto de arquitetura e especialidades da Central de Mobilidade de Leiria, com um investimento previsto de 1,9 milhões de euros, foi revelada esta terça-feira em reunião de Câmara.
Segundo o júri do concurso, a proposta vencedora propõe uma praça aberta, estabelecendo uma relação com a frente de rio e com a realidade edificada.
Estruturada por elementos de aço desenhados como parte integrante da sua expressão arquitetónica, a cobertura em policarbonato divide-se em 3 planos suportados por vigas, aliando a forma orgânica inspirada nas copas das árvores com a translucidez do policarbonato, realça o relatório final do júri, acrescentando que a praça reduz o impacto de ocupação do solo, definindo uma zona de acolhimento com ligações pedonais protegida, numa relação espacial a 360.º, multidirecional em relação ao território envolvente. A horizontalidade das coberturas reduz impactos bidimensionais e a conceção menos ortogonal relaciona-se bem com as linhas urbanas mais orgânicas, da implantação do Polis – Jardim Almuinha – Estádio e até Castelo, resolvendo em gaveto a relação com a rotunda nascente.
No seu centro, o programa prevê um edifício dividido em dois pisos num volume fechado translúcido/transparente. No piso 0 encontra-se a parte pública do programa, zona de bilheteira e quiosque, e no piso 1 a parte administrativa.
A proposta vencedora garante a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, assim como a pessoas invisuais através de guias texturadas no pavimento, que levam até aos cais individuais.
“A solução demonstra a melhor adequação das soluções construtivas propostas para o empreendimento ao valor global previsto para a sua construção, verificando-se uma equilibrada distribuição dos custos orçamentais previstos para a intervenção”, lê-se no documento, que realça ainda a garantia de sustentabilidade da solução, no que concerne aos aspetos ambientais e de manutenção futura, mas igualmente face às exigências funcionais de segurança, habitabilidade e durabilidade.
“A proposta apresenta a melhor resposta aos objetivos do programa proposto pelo Município, demonstrando elevada capacidade de articulação dos espaços projetados”, acrescenta o júri.
A Central de Mobilidade envolve uma área total de intervenção de 7.850 m2, com 2.275m2 de cobertura, com sala de espera com capacidade para 100 pessoas, bilheteira, área de encomendas, hall de serviço, sanitários, bar, lounge com 20 lugares, sala de reuniões, área administrativa com diversos gabinetes.
Os autocarros acedem à Central de Mobilidade a partir da rotunda do Estádio, dispondo de 14 lugares para a tomada e largada de passageiros em espaço coberto e um lugar adicional, mais próximo do rio, para acostagem rápida dos autocarros do mobilis.
Existe ainda uma zona de acostagem de seis carros para largada e tomada de passageiros e uma zona dedicada a oito táxis em simultâneo.
No capítulo da sustentabilidade, destaca-se a instalação de painéis fotovoltaicos numa das coberturas, com o objetivo de produzir energia suficiente para alimentar a iluminação exterior, a iluminação interior dos espaços programáticos, assim como ventilação e rede elétrica, reduzindo drasticamente a pegada ecológica da Central.
O projeto prevê a recolha das águas pluviais para reservatórios, podendo depois ser utilizada para manutenção dos espaços verdes, limpeza ou nas instalações sanitárias.
Refira-se que entre as quatro propostas submetidas, o júri decidiu pela exclusão de duas, dado que alguns dos elementos e documentos que as materializam contêm dados que permitem identificar o autor ou autores, violando, desta forma, a obrigação de manutenção de anonimato.
De destacar que a decisão de construção da Central de Mobilidade de Leiria ocorre na sequência do processo de venda, por parte do proprietário, das atuais instalações do terminal rodoviário na Avenida Heróis de Angola, situação que obrigou o Município a avançar com uma nova solução para garantir a prestação deste serviço de enorme importância para a população.
Esta medida está enquadrada no desenvolvimento de uma política de mobilidade sustentável, reforçando a aposta nos transportes públicos.
Por outro lado, pretende-se criar uma Central que, ao contrário do atual terminal, ofereça boas condições de estadia a passageiros e autocarros. A solução cumpre a função programada e torna-se adaptável/versátil a uma função urbana exterior, eventual, adjacente e complementar a um futuro pavilhão multiusos.
O projeto a desenvolver será implantado junto às piscinas, do lado da rotunda do Estádio, com acesso ao terminal pela Av. Bernardo Pimenta/Ponte Euro 2004.
Esta localização foi apontada como a mais favorável num estudo elaborado por uma consultora especializada, que avaliou várias alternativas, tendo de igual modo sido a solução que recolheu opiniões mais favoráveis num amplo processo de consulta promovido pelo Município junto da população e representantes das forças vivas do concelho.
O terminal será desenvolvido num modelo que não condicione a realização de eventos como a Feira de Leiria e a atividade no Estádio, devendo ser complementada com pontos de ancoragem no centro da cidade e junto às escolas.