Câmara financia programa de integração da comunidade cigana com música e fotografia
“Giro ó Bairro” e “Il Trovatore: Os Roma do Lis” são os projetos de intervenção comunitária com os quais se pretende dar resposta às diferentes problemáticas e necessidades da comunidade cigana residente no bairro da Cova das Faias.
O “Giro ó Bairro” que teve início em 2013 pela mão da InPulsar – Associação para o Desenvolvimento Comunitário e financiado pela Câmara Municipal de Leiria, tem vindo a promover a inclusão social das 38 famílias residentes no Bairro da Cova das Faias, as quais integram 35 crianças e jovens.
Através deste projeto social os mais novos desenvolvem atividades sócio educativas que ocupam os seus tempos livres e recebem apoio ao nível do processo escolar.
Nesta intervenção social é utilizado o "Photovoice", uma metodologia que privilegia a participação efetiva dos sujeitos enquanto “experts” da sua vida e potencia competências pessoais e sociais aumentando desta forma a auto-estima e a confiança, favorecendo consequentemente as potencialidades dos indivíduos.
“O que é fundamental neste projeto é capacitar e investir nestas crianças como forma de prevenir situações de vulnerabilidade”, afirma a vereadora da Ação Social, Ana Valentim.
“Il Trovatore: Os Roma do Lis” é um novo projeto que conta com a parceria da autarquia e da SAMP, que visa a integração das famílias ciganas através da música, contribuindo também desta forma para a socialização e integração da comunidade cigana através de sessões semanais.
“Importa sublinhar que, as crianças e jovens residentes em contexto de bairro social dificilmente têm acesso a atividades como a música e daí a importância da intervenção social ser dirigida para áreas que despertem o seu interesse, como é o caso destes dois projetos de inclusão social”, sublinha Ana Valentim.
O Município de Leiria dispõe atualmente de 109 fogos de habitação social, sendo que as problemáticas associadas aos bairros sociais ocorrem precisamente onde habitam um maior número de famílias. Como tal têm sido promovidas uma série de iniciativas, através das quais se procura integrar sempre as crianças residentes em bairros sociais, como é o caso do Dia da Criança, Circo, Festa de Natal e outras.
Neste âmbito, a autarca acrescenta que “as políticas de habitação social devem passar pelo alojamento das famílias no seio das freguesias, sejam rurais ou urbanas e não em locais específicos para o efeito com grandes aglomerados de famílias”.
“Uma família que se inscreva para habitação social não tem necessariamente de ser alojada em bairro social. Por outro lado, habitação social, não tem de ser sinonimo de bairro social”, conclui.
As comunidades ciganas constituem a minoria étnica mais numerosa da União Europeia, vivenciando situações de pobreza e exclusão social, sendo pois importante desenvolver políticas e estratégias de inclusão.
A adoção do Quadro da UE para estratégias nacionais de integração de ciganos em abril de 2011, marcou um compromisso inédito por parte dos Estados-Membros da UE em promover a inclusão das suas comunidades ciganas.
Portugal foi um dos países que adotou as recomendações da Comissão Europeia, tendo sido aprovado, pelo Conselho de Ministros, em março de 2013 a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas.
A inclusão ou exclusão verifica-se ao nível local, onde as várias comunidades se encontram e onde se pode criar, diariamente, uma confiança reciproca, sendo fulcral, para além de uma ação concertada a todos os níveis, a participação direta das autoridades locais.
Neste sentido, o Município de Leiria reconhece que integração não significa necessariamente inclusão. A inclusão social está ligada ao facto de todas as pessoas não terem as mesmas oportunidades dentro da sociedade.
Os bairros sociais são exemplo disso, ainda que presentemente exista a preocupação de garantir uma certa qualidade da habitação e do ambiente destes bairros, de modo a promover socialmente os seus habitantes.