Projeto EcoPLis junta investigadores de 11 universidades em Leiria
Uma equipa de investigadores de 11 universidades está envolvida no projeto EcoPLis - Ocupação Humana plistocénica nos Ecótonos do Rio Lis, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos trabalhos arqueológicos, que arrancaram dia 4 de julho e decorrem até 15 de agosto.
Este ano os trabalhos obtiveram uma bolsa da fundação norte-americana Wenner-Gren destinada à investigação no Abrigo do Poço (Ribeira das Chitas, Ramalharia), em que se procura saber quais os modos de vida do dia a dia das populações paleolíticas neste afluente da bacia do Rio Lis.
Para além deste sítio, o projeto irá também continuar os trabalhos iniciados em 2015 no Abrigo da Buraca da Moira (Ribeiro dos Murtórios, Boa Vista) visando compreender os rituais de morte das populações da Pré-história recente. Em complemento serão continuados os trabalhos de prospeção, os quais visam a identificação de novos sítios em toda a bacia do Rio Lis.
A equipa deste ano variará, ao longo das seis semanas, entre 12 e 17 elementos, correspondendo a um total de 34 pessoas (23 portuguesas e 11 estrangeiras), provenientes da Universidade do Algarve, Universidade de Coimbra, Tulane University (Estados Unidos da América), Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade do Minho, Universidade da Cantábria (Espanha), Universidade Complutense de Madrid (Espanha), Escuela Superior de Conservación y Restauración de los Bienes Culturales de Galicia (Espanha) e Universidade West Boemia (República Checa).
Dada a boa receção que o projeto tem tido nos meios internacionais, os trabalhos deste verão visam também criar as bases para se iniciar, em 2017, uma escola de campo internacional, a qual, caso se materialize, poderá permitir trazer ainda mais alunos estrangeiros para a investigação arqueológica na região de Leiria.
Enquadramento do projeto EcoPLis - Ocupação Humana nos Ecótonos do Rio Lis
O EcoPLis - Ocupação Humana nos Ecótonos do Rio Lis é um projeto de investigação arqueológico conjunto entre a Universidade do Algarve, a Câmara Municipal de Leiria e a University of Tulane (EUA), que procura compreender os modos de vida e os rituais de morte das populações pré-históricas que habitaram a bacia do Rio Lis, especialmente durante o Paleolítico.
Iniciado em 2015, o EcoPLis registou no seu primeiro ano de atividade 45 novos sítios arqueológicos e iniciou escavações em quatro sítios arqueológicos já conhecidos. Fazendo uso das mais modernas tecnologias, este projeto assenta em três pilares fundamentais: o registo rigoroso à escala milimétrica do local onde cada vestígio é encontrado, a recolha de amostras que permitam compreender perturbações nos sítios arqueológicos que foram sendo mascarados pelo tempo, e a recolha de elementos que permitam não só datar cada camada de cada sítio arqueológico mas também compreender com rigor as mudanças que ocorreram no ambiente e na paisagem desta região ao longo das últimas dezenas de milhares de anos.
Para analisar esses dados, o EcoPLis conta com uma ampla equipa de investigadores (muitos deles com idades abaixo dos 30 anos), nacionais e estrangeiros, com trabalho reconhecido internacionalmente. A qualidade da estrutura, o rigor das metodologias implantadas e a novidade dos resultados até agora obtidos, entre outras razões, têm levado a que o EcoPLis tenha vindo a ser convidado a integrar outros projetos à escala europeia.
Em maio de 2016 foram apresentados, pela primeira vez, os resultados já obtidos, nomeadamente os novos sítios encontrados, os principais achados e a relevância do seu significado.