Leiria quer ser Cidade Criativa da Unesco na área da música
O Município de Leiria vai apresentar uma candidatura à Rede de Cidades Criativas Unesco na área da Música com o objetivo de projetar o enorme potencial criativo deste concelho.
No âmbito da candidatura, o Município assume o compromisso de alargar o âmbito da cooperação e parcerias, desenvolver iniciativas que visem reforçar dinâmicas locais de atividades criativas, culturais e artísticas, fortalecendo a criação, produção, distribuição e disseminação, tal como fomentar oportunidades para os criadores e profissionais do sector cultural e criativo.
A melhoria e alargamento dos mecanismos de acesso e participação na vida cultural da cidade, particularmente para grupos e indivíduos mais vulneráveis ou desfavorecidos, e a integração da atividade cultural e criativa nos planos de desenvolvimento sustentável local são outros compromissos assumidos.
Na apresentação deste projeto à comunicação social, que decorreu esta segunda-feira, Celeste Afonso, que coordena a candidatura, destacou a importância que pode representar para Leiria fazer parte da rede das cidades criativas da Unesco.
“Fazer parte da rede de cidades criativas implica, acima de tudo, assumir um compromisso com a criatividade e com o local”, disse, destacando a ampla participação das instituições e da população que se pretende neste projeto.
“O trabalho com a cidade vai ser intensificado a partir de agora com as instituições, o associativismo e com todos os que têm responsabilidades ao nível da música e da cultura para definição da estratégia”, destacou.
Gonçalo Lopes, vereador da Cultura na Câmara Municipal de Leiria, realçou a importância deste projeto para reforçar a candidatura de Leiria a Capital Europeia da cultura em 2027.
“Esta candidatura [à rede de cidades criativas] vai contribuir para a afirmação do território”, disse, destacando a excelência do que se faz em Leiria, admitindo, contudo, que há ainda um trabalho a desenvolver ao nível da notoriedade.
Esta candidatura – cujo resultado será conhecido no final do próximo ano - é justificada com o facto de Leiria ser um território criativo desde a sua fundação, como evidencia uma leitura diacrónica da cidade, da sua ocupação, edificação e urbanização.
Atualmente, o território tem um enorme potencial criativo, notando-se uma crescente dinâmica do sector cultural e criativo, condição sine qua non para o desenvolvimento económico e para a afirmação nacional e internacional.
Ao conectar o conhecimento, as artes, a tecnologia e a comunidade e ao estimular uma abordagem transdisciplinar, assiste-se ao cruzamento das expressões e linguagens artísticas e à democratização do potencial criativo. Daqui resulta uma cidade apostada no potencial criativo das artes, em geral, e da música, em particular.
Olhando o território e analisando as agendas culturais e a programação cultural, a música destaca-se como elemento unificador, como narrativa comum, transversal e multidisciplinar, de criação e experimentação, de formação e de fruição, terapêutica e inclusiva, justificando esta a área a candidatar.
A Rede de Cidades Criativas Unesco (UCCN) foi criada em 2004 com o objetivo de estabelecer uma ligação e cooperação entre cidades que identificam a criatividade, a arte e a cultura enquanto fatores estratégicos para o desenvolvimento económico.
Desde então, a Rede tem vindo a crescer, 180 cidades de 72 países, distribuídas por sete áreas, comprometem-se a colocar as indústrias culturais e criativas no centro da sua ação governativa.
A área da música conta, atualmente, com 19 cidades, duas delas portuguesas, Idanha-a-Nova e Amarante.
Ao nível da UCCN, Portugal tem, ainda, Óbidos na área da Literatura (2015), Braga, na área das Media Arts (2017) e Barcelos, na área do Crafts &Folk Art (2017).