Município apresenta estratégia e programação cultural com novidades
O Município de Leiria apresentou esta sexta-feira, no Teatro Miguel Franco, os principais eventos que irão marcar a agenda cultural de 2020, numa sessão que contou com a participação de diversos agentes culturais.
Para Anabela Graça, vereadora da Cultura da Câmara Municipal, a programação “concilia diferentes áreas artísticas assentes numa política cultural municipal, que tem em linha de conta as agendas globais, voltadas para a sustentabilidade e para a garantia da qualidade de vida das gerações futuras”.
A autarca defendeu que o calendário cultural é reflexo da qualidade, “da riqueza e da diversidade do capital cultural”, resultando também do trabalho em rede com agentes culturais, freguesias e associações do concelho e do crescente número de apoios que o Município tem atribuído através do programa PRO LEIRIA.
Falando ainda da cultura enquanto elemento de coesão do território e da sua importância no desenvolvimento escolar, Anabela Graça assumiu que Leiria “é uma forte candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027”, divulgando a realização de um Congresso Internacional em outubro da Rede Cultura 2027.
O arranque da apresentação das atividades coube a Celeste Afonso, coordenadora do projeto Leiria Cidade Criativa da Música da UNESCO, que anunciou a abertura da Casa da Cidade Criativa da Música no próximo mês de março no Centro Cívico, pretendendo ser um espaço para construção de projetos.
Ainda na música, Hugo Ferreira destacou o potencial da produção artística local para se afirmar como uma marca de Leiria, considerando que a cultura “é a melhor arma para combater a maior guerra que já estamos a travar, o combate à crescente influência da desinformação e do populismo”.
Na sua intervenção realçou a existência de uma maior proximidade entre a autarquia e o movimento associativo para apresentação de propostas e parcerias, mas abordou também as dificuldades que quem faz cultura enfrenta, defendendo que é necessário apostar na profissionalização neste setor, um caminho de capacitação e de oportunidades absolutamente essencial porque os os agentes culturais de hoje não trabalham com apoios e subsídios.
“Tal como qualquer outro sector, prestam serviços, integram parcerias e candidatam-se a contratos programa, muitas vezes norteados pelo serviço público, que podem e devem ter incentivos em função de acções e/ou resultados”, defendeu.
“Creio que todos estamos de acordo que é mais fácil fazer mais do que fazer melhor, é mais fácil agir do que planear, é mais fácil centralizar do que dispersar e é mais fácil apostar em fórmulas de sucesso do que estimular a constante adaptação e diferenciação. Mas essa é também a diferença entre colocarmos todas as nossas apostas na eficácia do presente ou sonharmos com uma cidade e uma região cada vez melhor para os nossos filhos”, acrescentou.
Na área das artes em palco, foram apresentados os principais espetáculos que irão marcar a agenda dos Teatros José Lúcio da Silva e Miguel Franco, tendo José Pires, diretor artístico dos espaços, destacado uma “programação concertada, plural e transversal” e que tem em conta os eventos organizados por outros espaços culturais e entidades.
Numa encenação alusiva a Eça de Queirós, Fernando Rodrigues, do grupo Gato Teatro Marrazes, falou do Leiria Há 100 Anos e do Leiria Medieval e ainda das atividades relacionadas com a literatura, como a Feira do Livro e o Festival de Teatro Juvenil Miguel Franco.
A área dos museus e património cultural ficou a cargo de Vânia Carvalho, coordenadora do Museu de Leiria, que abordou a importância destes espaços na produção de conhecimento e deu como exemplos a exposição “Plasticidade”, o início do restauro do espólio fotográfico da família Fabião e o novo horário do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho.
A sessão, que contou com um apontamento de piano e um momento de dança, foi encerrada com a agenda na área da arte contemporânea, apresentada pela Chefe de Divisão da Cultura do Município, Ana Saraiva, para quem é de salientar as iniciativas no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento de Ernesto Korrodi e a exposição “Casa Comum”, dos artistas plásticos Hirondino Pedro e Sílvia Patrício.