Esclarecimento do Município de Leiria sobre abate de árvores no Parque da Lagoa na Ortigosa
Na sequência do recente abate de árvores no Parque da Lagoa na Ortigosa, promovido unicamente pelo Executivo da União de Freguesias do Souto da Carpalhosa e Ortigosa, sem a anuência da Câmara Municipal de Leiria, importa esclarecer o seguinte:
1. O Parque da Lagoa é propriedade da União de Freguesias do Souto da Carpalhosa e Ortigosa, cabendo ao seu Executivo a responsabilidade exclusiva da sua manutenção e gestão.
2. A exemplo de outros parques de natureza e lazer existentes no concelho, e também propriedade de outras Juntas de Freguesia, cabe a essas entidades a responsabilidade exclusiva da gestão, manutenção e administração, zelando assim pelo seu património.
3. Terá sido com base em estudos técnicos que a União de Freguesias do Souto da Carpalhosa e Ortigosa decidiu proceder ao recente abate de choupos de grande porte, não tendo o Município de Leiria qualquer intervenção técnica nesses estudos.
4. Importa referir que o Município de Leiria efetuou apenas uma avaliação, em 28 de junho de 2019, a 4 choupos, com recurso a um resistógrafo. Essa avaliação não produziu conclusões, uma vez que esta técnica só permite verificar o estado fitossanitário das árvores, praticamente pela base. Por isso, a União de Freguesias foi aconselhada a recorrer a uma entidade especializada para efetuar estudo laboratorial mais cuidado e profundo.
5. O Município de Leiria teve conhecimento que foram efetuadas análises laboratoriais a uma amostra de três exemplares. Por prudência, uma vez que seria difícil aferir, com rigor e por via das amostras realizadas, que todos os exemplares estivessem contaminados, deveriam ter sido feitos estudos complementares.
6. O Município de Leiria desconhece se outros estudos terão sido efetuados e que tenham justificado a decisão unilateral da União de Freguesias do Souto da Carpalhosa e Ortigosa de abater a quase totalidade das árvores do Parque da Lagoa, e por isso sem a consonância do Município.
7. Dada a natureza das intervenções realizadas no Parque da Lagoa, nomeadamente as podas radicais realizadas em 2019 e o recente abate, para além da necessidade de se garantir o correto enquadramento técnico e laboratorial deste tipo de decisões, deveriam ter sido prestadas informações e esclarecimentos públicos de forma clara, assegurando a participação da população, bem como das associações que tenham por objeto a defesa dos seus interesses.