Enterro do Bacalhau candidato às 7 Maravilhas da Cultura Popular
O Enterro do Bacalhau é um teatro de rua de cariz marcadamente pagão, que percorre as ruas da aldeia de Soutocico, na noite de Sábado de Pascoela, e termina numa monumental ceia de bacalhau.
Imagine-se um cortejo fúnebre, pelas ruas da aldeia, com um matizado fantástico dos coloridos trajes, grotescamente iluminados pela infinidade de archotes que o acompanham.
São mais de 300 figurantes e a participação dos espectadores potencia a prestação dos atores, conferindo ao evento uma dimensão e notoriedade ímpares.
Uma experiência única, gratificante e memorável, na corrida para as 7 Maravilhas da Cultura Popular.
A próxima eliminatória que vai apurar o vencedor regional por Leiria tem lugar no dia 20 de julho, na Vila da Batalha, e será transmitida, em direto, pela RTP1.
A história do Enterro do Bacalhau
Esta tradição começou devido à proibição do consumo total da carne (e outros prazeres) durante a Quaresma, por parte da Igreja Católica, que apenas abria exceção um precedente a todos aqueles que comprassem a bula.
Só os mais abastados podiam pagar, enquanto os desfavorecidos, a grande maioria, teriam de se socorrer do peixe para a sua alimentação, durante as sete semanas da Quaresma. Sendo o bacalhau o peixe mais acessível na altura, logo se implantou nos lares dos pobres como sendo o seu salvador. O povo revoltou-se contra esta determinação e criou esta festividade pagã.
Representado pela primeira vez no em 1938, o Enterro do Bacalhau depressa se tornou o ex-libris histórico-cultural da povoação, ainda que tenha sido proibido pelo regime de Salazar, a pedido das instâncias religiosas.
Com a revolução de abril de 74, o Clube Recreativo e Desportivo do Soutocico decidiu reeditar o evento e, em 1976, o Enterro do Bacalhau voltou às ruas, após 38 anos de esquecimento.
Para votar no Enterro do Bacalhau – 760 207 773 - Custo da chamada 0,60€ + IVA