Recriação Histórica das Invasões Francesas em Leiria
No âmbito de diversas iniciativas que irão decorrer ao longo do ano para assinalar as Invasões Francesas, a Autarquia irá evocar as memórias daquela época histórica, vivida em Leiria, através de diversas iniciativas que terão lugar este mês.
Desta forma, no próximo sábado, dia 5 de Março, pelas 16 horas, o edifício dos Paços do Concelho será palco da apresentação do livro "Invasões Francesas, Leiria 5 de Março de 1811/O Incêndio da cidade – 200 anos" e da exposição "Leiria no Tempo das Invasões Francesas".
Apresentado por Ricardo Charters D’Azevedo, o livro, da autoria de Carlos Fernandes, evoca os 200 anos das Invasões Francesas em Leiria e o incêndio que devastou a cidade naquela época.
A exposição alusiva aos 200 anos do Incêndio de Leiria, por ocasião da terceira Invasão Francesa, contará com a visita guiada do comissário da exposição, Jorge Estrela, director da Casa Museu João Soares.
Também no âmbito desta evocação, sábado, dia 12 de Março, decorrerá pelas 16 horas, na Praça Rodrigues Lobo, uma recriação histórica das Invasões Francesas em Leiria. Nesta recriação, será possível assistir à simulação do frente-a-frente entre os exércitos franceses e a população. Disparos e carga de baioneta dos franceses, resposta do povo com varapaus, incêndio do casario e fuga dos franceses irão fazer-nos reviver os acontecimentos ocorridos em Leiria naquela época.
Estas iniciativas são organizadas pela Câmara Municipal de Leiria com os apoios da Editora Textiverso, da Fundação Mário Soares/Casa-Museu João Soares, dos Ranchos Folclóricos de Leiria e dos Vivarte.
Para obter informações adicionais, os interessados poderão contactar a Autarquia através do telefone 244 839 569.
Enquadramento histórico
Em Março de 1811, quando os exércitos franceses abandonaram Leiria, a cidade encontrava-se quase totalmente destruída.
O património edificado foi alvo das maiores atrocidades, com quase todas as igrejas incendiadas.
A população de Leiria tinha fugido, sobretudo para trás das Linhas de Torres, mas também para a região Norte. Não havia víveres. Toldados pela fome, os exércitos franceses viravam a sua revolta contra tudo e todos. Quando abandonaram Leiria, prosseguindo através do Bairro dos Anjos e Largo Alexandre Herculano, em direcção à Boa Vista, deixaram atrás de si um rasto de saque e chacina.
Porque a cidade estava deserta de cidadãos naturais, o incêndio foi perpetrado pelos franceses, ao que tudo indica no dia 5 de Março de 1811, sem testemunhas oculares locais, não restando ninguém para contar a dimensão da violência. Só as tropas anglo-lusas, quando chegaram, se aperceberam do desastre. Os poucos cidadãos leirienses, que depois regressaram, não tiveram ânimo nem meios para o registar.
Já em 1808 a cidade sofrera as vicissitudes da primeira invasão francesa. No muro do Convento de S. Francisco, na Rua Dr. João Soares, uma placa ali colocada em1929, homenageia os leirienses caídos naquele lugar em defesa da pátria em 5 de Julho de1808 e os mártires ali trucidados nesse dia pelos franceses do general Margaron. A estrada da Marinha tem justamente o nome de Rua dos Mártires, em memória dos que ali caíram em defesa da cidade.
Durante o ano em que Leiria evoca os 200 anos do seu incêndio, consequência da terceira Invasão Francesa, convidamos todos aqueles que quiserem "viajar no tempo", a conhecerem de forma mais aprofundada este período da história que assolou a região centro do país, incluindo Leiria, participando na programação que ao longo deste ano a Câmara Municipal irá promover.
Leiria, 01 de Março de 2011