Câmara quer reduzir tráfego automóvel no centro da cidade
O vereador da Mobilidade e Trânsito, António Martinho, apresentou, em conferência de imprensa, um estudo de requalificação urbana da parte central da cidade, destinado a dar mais espaço aos peões. Com o projecto Eco-cidade, a autarquia pretende reduzir o tráfego automóvel de atravessamento na zona central da cidade, que é o principal factor de congestionamento e consequente perturbação da normal circulação na urbe.
Além dos benefícios para a mobilidade, a diminuição do tráfego automóvel na Avenida Heróis de Angola e na Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque terá ainda reflexos positivos a nível ambiental e, consequentemente, na saúde, ao permitir a redução do ruído e dos níveis de dióxido de azoto e de monóxido de carbono, como sucedeu nas diversas edições do Dia Europeu Sem Carros.
No âmbito do Eco-cidade, está previsto o alargamento dos passeios na Avenida Heróis de Angola para cinco metros, para dar mais espaço aos peões e permitir a instalação de bancos de jardim e a colocação de árvores. Também a Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque será requalificada, através do aumento dos passeios para criar mais conforto pedonal. Tanto numa artéria como na outra, a circulação automóvel passará a funcionar apenas numa faixa de rodagem.
A adopção deste projecto permitirá conciliar o papel essencial dos transportes com o desenvolvimento sustentado da cidade, dando prioridade aos transportes públicos e outros modos alternativos de transporte não poluentes.
Este projecto começará a ser estruturado e dimensionado após a conclusão das obras no IC2, nomeadamente a construção da rotunda aérea, próximo da rotunda D. Dinis, que irá facilitar a circulação automóvel periférica e na entrada sul da cidade, evitando assim o atravessamento do centro.
Ao mesmo tempo, e na sequência do encerramento selectivo de várias artérias no centro da cidade, prevê-se que a Rua Barão de Viamonte, pela sua exígua dimensão, deixe de constituir uma alternativa da normal circulação pelo centro da cidade.
"Os estudos e as experiências, levadas a cabo em muitos países, revelam que as áreas pedonalizadas dos centros urbanos potenciam as relações comerciais, dado o aumento médio de tempo de permanência nessas áreas pela população e pelo consequente aumento dos padrões de consumo", referiu António Martinho. "Na prática, os centros urbanos, geralmente associados à malha histórica da cidade, revelam apetência para se apresentarem como uma grande área comercial a céu aberto, no qual o peão pode circular livremente, apoiado por estacionamento periférico a estas áreas, potenciando o comércio tradicional, de preferência de origem nacional, estimulando a economia do país em detrimento da perspectiva única de consumo", acrescentou.
Leiria, 2 de Março de 2011