Moradores do C. Histórico consideram policiamento “insuficiente”
Sessenta e sete por cento dos moradores do Centro Histórico de Leiria consideram o policiamento "insuficiente", apurou a Câmara Municipal de Leiria, na sequência da análise dos resultados dos 913 inquéritos efectuados em Fevereiro a residentes, comerciantes e frequentadores da zona, no âmbito do Contrato Local de Segurança (CLS).
Os dados foram revelados ontem durante uma sessão pública de Apresentação do Diagnóstico, Plano de Acções e Videovigilância de Leiria, em que esteve presente a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo, o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, a vereadora da Segurança Lurdes Machado, o comandante da PSP, Rui Conde, e o chefe de gabinete do Governo Civil de Leiria, Carlos Lopes.
Combater a pequena criminalidade, criar um sentimento de segurança, acabar com o estacionamento ilegal, diminuir o ruído e tomar medidas para diminuir o número de toxicodependentes são as áreas de intervenção que a Câmara Municipal de Leiria considera prioritárias, face aos problemas identificados.
No âmbito do combate à pequena criminalidade, foram estabelecidos como objectivos a melhoria da iluminação e aumentar a segurança dos estabelecimentos através de medidas de auto-protecção a adoptar pelos comerciantes, com vista a reduzir os assaltos em 80%.
Reforço do policiamento
Pretende-se ainda reforçar o sentimento de segurança da população com a instalação de câmaras de videovigilância e intensificação do policiamento das 24 às 4h. A Autarquia de Leiria considera que esta medida contribuirá para diminuir em 80% a criminalidade e aumentar, na mesma proporção, o bem-estar da população.
Raul Castro realçou, a este propósito, os resultados dos inquéritos em relação à videovigilância, que considerou demonstrarem a "boa receptividade" dos comerciantes (87%), dos moradores (75%), e dos jovens (76%). "Estas medidas complementares e interligadas contribuirão para a melhoria da qualidade de vida das populações do centro histórico, reforçando a atractividade turística desta zona, dinamizando o comércio de rua, de modo a fortalecer a sua centralidade", afirmou.
A Câmara Municipal de Leiria quer ainda eliminar o estacionamento ilegal. Para combater o ruído sugere-se o estrito cumprimento do horário de encerramento dos bares e a regularização ou encerramento dos que se encontram numa situação ilegal. Os jovens frequentadores destes espaços também serão sensibilizados para a necessidade de respeitarem os moradores.
Identificar e encaminhar os toxicodependentes para estruturas de apoio é outra medida prevista no âmbito deste projecto, com o objectivo de aumentar o sentimento de segurança.
45 câmaras de videovigilância
Depois de a vereadora Lurdes Machado ter apresentado o Diagnóstico, Plano de Acções e Videovigilância de Leiria, coube ao comandante da PSP, Rui Conde, divulgar o programa de trabalho daquela força policial, que prevê a instalação de 45 câmaras na zona abrangida pelo CLS, que estarão em funcionamento entre as 10h00 e as 7h00. Este projecto está, contudo, ainda sujeito a alterações.
Dalila Araújo afirmou que os CLS são os instrumentos mais inovadores das políticas de segurança do séc. XXI. "Conseguem mobilizar vontades e sentimentos a favor da segurança do cidadão. É esse o objectivo que nos move: dar mais segurança aos cidadãos", sublinhou a secretária de Estado. "Pretendemos que este seja um factor de crescimento das dinâmicas locais."
Além da parceria com o Governo Civil de Leiria e com a PSP, a Autarquia conta ainda com a colaboração da Acilis – Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós, ADCH – Associação de Defesa do Centro Histórico, ANO – Associação Novo Olhar, ASAL – Associação de Solidariedade Académico de Leiria, ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, EDP, Ferlei – Federação Regional de Associações de Pais e Encarregados de Educação e IPL – Instituto Politécnico de Leiria, PSP e FALEI - Federação Académica de Leiria.