Câmara esclarece leirienses sobre proposta do Plano de Mobilidade
A proposta do Plano Estratégico de Mobilidade e Transportes de Leiria foi apresentada e debatida esta sexta-feira na Assembleia Municipal extraordinária, numa sessão em que foi reforçado o convite à população leiriense para que participe no processo de discussão pública em curso.
“A transparência na elaboração de todo o processo esteve sempre no centro das preocupações do Município de Leiria, sabendo que matérias como esta devem ser participadas, já que têm um grande impacto junto da população”, referiu na sessão o vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, realçando que mesmo antes da apresentação da proposta e da discussão pública, já a autarquia tinha chamado a sociedade civil, de forma individual ou organizada em associações (44 entidades no total) a intervir, no sentido de contribuir para a construção de um documento que se pretende o mais consensual possível.
Na sessão, que ocorreu um mês após o início da discussão pública, o vice-presidente referiu que a Câmara Municipal de Leiria está em condições de tirar as primeiras conclusões, considerando que a proposta apresentada pela empresa contratada para o efeito conseguiu realizar o diagnóstico e fazer o enquadramento estratégico que compatibiliza necessidades municipais e as exigências europeias ao nível ambiental e de mobilidade, num momento em que a vivência urbana cada vez mais privilegia o peão e precisa de respostas para a população com mobilidade reduzida.
O primeiro passo, destacou, foi dado já com alterações significativas nos percursos e horários do Mobilis, que passam a oferecer à população uma melhor cobertura das necessidades.
“Tal como esta proposta que está em cima da mesa, com a mesma clareza e transparência, estas alterações do Mobilis foram dadas a conhecer à população e abriu-se imediatamente um período de recolha de contributos e reclamações, que resultaram, na prática, em ajustes à proposta inicial”, referiu, acrescentando que a Câmara de Leiria quer que o resultado final do plano de mobilidade seja capaz de promover a qualidade de vida de quem vive, trabalha ou visita Leiria.
O vice presidente da Câmara de Leiria disse que a proposta, como um todo, apresenta, contudo, algumas soluções que, sensível à discussão pública, a autarquia sente serem “divergentes com a ideia de um documento que se deseja ser o mais consensual possível”.
Por isso, referiu, a autarquia, após auscultar instituições, associações e inclusive o cidadão anónimo, decidiu selecionar do documento as medidas e soluções que vão ao encontro da obra e intervenções já previstas pelo Município de Leiria e com fortes possibilidades de garantir financiamento comunitário.
Um dos pontos diz respeito à área junto ao edifício da Câmara Municipal de Leiria, em que a única intervenção que irá avançar é a da criação de uma rotunda na Rua Dr. João Soares, no cruzamento para a Rua Afonso Lopes Vieira, uma zona de confluência intensa que serve três estabelecimentos de ensino, privilegiando a mobilidade, mas sobretudo a segurança rodoviária, em especial das crianças e jovens que estudam nas escolas contíguas.
Noutro ponto da cidade, na Rua Tenente Valadim/Rua de Tomar, é apresentada a proposta de criação de eixo viário de sentido único no qual se prevê um corredor de emergência para a saída do quartel dos bombeiros na direção das Olhalvas, indo ao encontro da informação prestada pela Proteção Civil.
Na Av. N. S. Fátima/Av. General Humberto Delgado, a ideia é concluir a intervenção na Avenida General Humberto Delgado, conferindo-lhe condições de segurança rodoviária, em especial para peões, e disciplinar as zonas de estacionamento, assim como garantir as corretas e seguras interseções com a Avenida Nossa Senhora de Fátima.
Outra proposta vai no sentido de realizar um forte investimento na reabilitação da Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque e da Avenida Heróis de Angola, melhorando o seu desenho urbano.
Neste caso, salientou que a intervenção é motivada, antes de mais, por razões de segurança, de forma a evitar situações que se verificaram em anos anteriores, como o abatimento do piso.
“Nesta matéria de segurança, o Município é intransigente e não pretende ficar à espera que suceda qualquer incidente que coloque em risco pessoas e bens”, destacou Gonçalo Lopes, acrescentando que a questão da mobilidade, nomeadamente o cenário de pedonalização ou não da avenida fica, naturalmente, em aberto, mantendo-se o processo de auscultação.
A criação de dois parques de estacionamento dissuasores periféricos, articulados com a rede de transportes Mobilis, um nas Olhalvas, outro junto à rotunda D. Dinis, foi outra das propostas realçadas, tendo ainda sido afirmado o propósito de investir na segurança e mobilidade no centro histórico, em especial junto de peões e moradores, estando prevista a alteração do tipo de pavimento na chamada Rua Direita e outros arruamentos, com vista à melhoria das condições de circulação de peões.
Refira-se que o período de discussão pública mantém-se em aberto, sendo possível participar em www.pemtleiria.mobilidadept.com ou por e-mail (mobilidade@cm-leiria.pt).