Leiria, Marinha Grande, Coimbra e Figueira da Foz juntos pela aviação civil em Monte Real
Os presidentes dos municípios de Leiria, Coimbra e Figueira da Foz, juntamente com os presidentes da Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei) e do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), defenderam esta terça-feira a abertura da Base Aérea n.º 5, em Monte Real, à aviação civil, uma posição que conta também com o apoio do presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande.
A posição foi assumida numa conferência de imprensa, em que o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, anunciou que o Município de Leiria encomendou um estudo sobre a utilização da base Aérea N.º5 (BA5) a uma consultora com o objetivo captar investidores para aquela infraestrutura.
Raul Castro, que representou também o presidente da Câmara da Marinha Grande que não teve possibilidade de marcar presença, enumerou um conjunto de diligências realizadas ao longo dos anos no sentido de garantir a abertura da BA5 ao tráfego civil, nomeadamente com o Primeiro-Ministro, Força Aérea, Comissão Europeia e operadores de viagens, entre outros potenciais investidores.
Realçando as potencialidades que a região apresenta, entre as quais o turismo religioso, o presidente da Câmara Municipal de Leiria mostrou-se confiante de que será possível alcançar o objetivo de ter em Monte Real um aeroporto regional internacional, com utilização civil e militar.
"Temos estado em contactos com operadores e tido reuniões com membros do Governo e o que nos foi dito é que estariam disponíveis para apoiar desde que se arranjasse um investidor", revelou Raul Castro, afastando, contudo, “qualquer comparação com o Montijo ou qualquer solução de ser complementar a Lisboa ou ser alternativa a alguma coisa".
Já o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, defendeu que “não há razão nenhuma para não ser adotada a solução Monte Real”, considerando que esta é uma questão política, uma vez que o “tabu uso militar está afastado”.
“É uma solução rentável, autossustentável, exequível e não é cara”, disse o autarca de Coimbra, destacando as boas condições que a base possui para a utilização por aviões civis, como de resto ficou provado com a recente visita do Papa Francisco a Portugal.
Por seu turno, o presidente da Nerlei, Jorge Santos, considerou que esta é “uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento da região e para o equilíbrio do desenvolvimento do país”, destacando que o turismo pode constituir a “âncora” da abertura à aviação civil.
O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, João Ataíde das Neves, afirmou que os “operadores percebem que a região tem dinâmica e que poderão sustentar esta linha de transporte. Acredito que estamos muito próximos de atingir o nosso objetivo", disse.
O presidente do IPL, Nuno Mangas, afirmou que se trata de uma infraestrutura “decisiva para a evolução deste território”. “Acredito que é um projeto que faz sentido e pelo qual faz sentido lutar”, disse, destacando também o impacto que pode ter ao nível do turismo científico e académico.